O Cemitério da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, mais conhecido como Cemitério do Catumbi, é uma das principais e mais tradicionais necrópoles da cidade do Rio de Janeiro. Situado entre as ruas Itapiru e Catumbi, foi inaugurado em meados do século 19, quando o bairro do Catumbi era um arrabalde luxuoso da então corte imperial. Foi o primeiro campo santo brasileiro destinado a enterros de não-indigentes ou escravos. O cemitério pertence e é administrado pela Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula desde a sua criação, e atualmente possui também um crematório. Até a primeira metade do século 19 o Brasil ainda mantinha o hábito medieval de se realizar sepultamentos no interior das igrejas. Os corpos eram acomodados em nichos das paredes e dos pisos dos templos, na mior parte das vezes mal vedados e incapazes de conter os gases resultantes do processo de putrefação dos cadáveres. Eram enterrados no solo apenas os indigentes, escravos e não-católicos. Graças a isso, os interiores das igrejas estavam se tornando insalubres e espantando a frequência dos fiéis. Para evitar este problema, as irmandades e ordens religiosas passaram a sepultar seus membros nos adros, o que motivou o Governo Imperial a decretar a proibição dos enterros no interior das igrejas. Tal medida já estava sendo cogitada há muitos anos, mas esbarrava na crendice da população e nos interesses das irmandades religiosas. Quando por fim houve condições para se por fim a tal prática, foram estas mesmas irmandades que fundaram os primeiros cemitérios públicos do país. O terreno onde seria construido o Cemitério de São Francisco de Paula foi adquirido pela Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco no dia 12 de maio de 1849, comprado de um certo Dionísio Orioste. O arquiteto José Maria Jacinto Rebêlo foi o autor do projeto geral. Seu primeiro sepultamento foi realizado no dia 20 de maio de 1850 e já no seu primeiro ano de funcionamento foram enterrados cerca de três mil corpos, a imensa maioria de vítimas da epidemia da febre amarela que então grassava na Corte, além de 323 irmãos da Congregação, como atestam os documentos da Ordem. Em seguida foram para lá transladados cerca de 450 restos mortais, na sua maior parte da nobreza brasileira que estavam sepultados na igreja de São Francisco de Paula. O cemitério continuaria sendo o destino final de boa parte da nobiliarquia brasileira por conta de sua localização privilegiada, próxima de Santa Teresa, Andaraí e Tijuca, bairros ocupados pela aristocracia carioca. O mais célebre enterro já ocorrido no Cemitério do Catumbi foi o do Duque de Caxias, em maio de 1880. Sua tumba permaneceria ali até 23 de agosto de 1949, quando seus restos foram exumados e trasladados para um panteão. Após a Proclamação da República o cemitério continuaria servindo aos moradores das regiões próximas. A partir da década de 1950, com o processo de proletarização da Zona Norte e a favelização dos morros próximos, o cemitério acompanhou a decadência do bairro do Catumbi. Atualmente, diversas favelas cercam o campo santo, sendo comuns os episódios violentos ocorridos dentro do cemitério e a violação e depredação das sepulturas. Atualmente, partes elevadas do cemitério encontram-se interditadas, depois que chuvas fortes ocorridas no início de 2010 destruiram um muro de arrimo e diversos sepúlcros. Alguns mausoléus também encontram-se em ruínas. Famosos sepultados[editar | editar código-fonte] Ankito - Ator e comediante Antônio Mendes Campos - Empresário e filantropo Ataulfo Alves - Compositor Barão de Andaraí (Militão Máximo de Sousa) - Comerciante e político Barão de Araújo Ferraz (Francisco Inácio de Araújo Ferraz) - Comerciante e ex-diretor do Banco do Brasil Barão de Caçapava (Francisco José de Sousa Soares de Andrea) - Militar e político Barão de Guapimirim (Tomé Ribeiro de Faria) - Nobre Barão de Sampaio Vianna (Carlos Américo de Sampaio Vianna) - Medico e político Baronesa de Sampaio Vianna (Maria Amélia de Figueiredo Rocha de Sampaio Vianna Barão de Silveiras (Antônio Tertuliano dos Santos) - Fazendeiro e comerciante Barão de Três Barras (José Ildefonso de Sousa Ramos) - Advogado e político Barão de Vila Nova do Minho (Joaquim José Bernardino de Sá) - Nobre Barão de Vila Velha (Joaquim Augusto de Moura) - Nobre Barão do Flamengo (Luís de Matos Pereira de Castro) - Banqueiro Barão de Itacuruçá (Manuel Miguel Martins) - Nobre Barão de Maçambará (Marcelino Avelar e Almeida) - Comissário de Café Barão do Monte de Cedro - Empresário e nobre Barão de Salgado Zenha (Manuel de Salgado Zenha) - Comerciante e banqueiro Baronesa consorte de Maceió - Nobre Baronesa de São Mateus (Francisca Maria do Vale de Abreu e Melo) - Nobre Baronesa de Sorocaba (Maria Benedita de Castro Canto e Melo) - Irmã da Marquesa de Santos e ex-amante de D. Pedro I Carmine Rocco - Arcebispo e Núncio Apostólico Catulo da Paixão Cearense - Músico e compositor brasileiro Chico Feitosa - Compositor Chiquinha Gonzaga - Compositora e maestrina Conde de Baependi (Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama) - Fazendeiro e político Conde de Carapebus (Antônio Dias Coelho Neto dos Reis) - Advogado e fazendeiro Conde de Itamarati (Francisco José da Rocha Leão) - Capitalista e nobre brasileiro Conde de Nioac - (Manuel Antônio da Rocha Faria) Militar e político Baronesa consorte de Lajes (Benevenuta Marques Portelli) - Nobre David Campista - ex-Ministro da Fazenda Dilu Melo - Cantora e compositora Duque de Caxias (Luís Alves de Lima e Silva) - Militar e político (exumado em 1949) Francisco Braga - Maestro e compositor Francisco de Paula Sousa e Melo - Primeiro-Ministro do Império Francisco de Lima e Silva - Militar Francisco Manuel da Silva - Músico e compositor brasileiro Francisco Xavier da Silva Guimarães - Militar e político Gabriel Monteiro de Barros - Militar Guilherme de Brito - Compositor Ismael Silva - Compositor José Bernardo de Figueiredo - Magistrado José Saturnino da Costa Pereira - Engenheiro, Militar e Senador do Império Leopoldo Miguez - Compositor erudito Luís Americano - Compositor Luiz Gama Filho - Professor e ex-ministro Marquês de Maricá (Mariano José Pereira da Fonseca) - Filósofo, escritor e político Marquês de Olinda (Pedro de Araújo Lima) - Regente do Império, Primeiro-Ministro e nobre brasileiro Marquês de Paranaguá (Francisco Vilela Barbosa) - Militar e político Marquês de São João da Palma (Francisco de Assis Mascarenhas) - Político e nobre Marquês de Sapucaí - Senador e ex-ministro Marquês de Valença (Estevão Ribeiro de Resende) - Fazendeiro e desembargador Marquês do Bonfim (José Francisco de Mesquita) - Comerciante e benemérito João Carneiro de Sousa Bandeira - Jurista, advogado e escritor Marquesa consorte de Lajes (Leonor da Mota Leite e Araújo) - Nobre Manuel de Carvalho Pais de Andrade - Político e Revolucionário Maurício do Valle - Ator Teófilo Ottoni - Jornalista, comerciante, político e empresário brasileiro Visconde da Vila Real da Praia Grande (Caetano Pinto de Miranda Montenegro) - Nobre e ex-presidente das províncias de Espírito Santo e Alagoas Visconde de Congonhas do Campo (Lucas Antônio Monteiro de Barros) - Magistrado e político Visconde de Ibituruna - Médico Visconde de Mauá (Irineu Evangelista de Souza) - Empresário, industrial, banqueiro e nobre Visconde de Meriti - Banqueiro e nobre Visconde de Nogueira da Gama (Nicolau Antônio Nogueira Vale da Gama) - Político e militar. Visconde de Rio Bonito (João Pereira Darrigue de Faro) - Fazendeiro e oficial da Guarda Nacional Visconde de Uruguai (Paulino José Soares de Sousa) - Político e ex-ministro da Justiça e dos Negócios Estrangeiros do Império Viscondessa consorte da Cachoeira (Ana Vital Carneiro Leão Maciel da Costa) - Nobre Wilson Batista - Compositor popular https://pt.wikipedia.org/wiki/Cemit%C3%A9rio_de_S%C3%A3o_Francisco_de_Paula