Era uma mulher baixinha, apelidada de "portuguesinha", muito digna, honesta, honrava seus compromissos com seus credores em primeiro lugar, caráter que adquiri desde pequeno por ver minha mãe fazer as contas da quitanda, açougue, padaria e cooperativa, por ser meio analfabeta pois ela só lia quando eram todas escritas em letras MAIÚSCULAS. Foi tesoureira no clube Sociedade carnavalesca Rancho do Amor com sede na estrada da saudade prédio que existe até os dias de hoje. Próximo a fabrica do saber antigo prédio da ATA combustão Técnica. Também vivia cantando, tinha o abito de inventar musica para mim, passei ha ama-la e ver seu valor depois que comecei a fazer história da família. minha avó teve uma outra filha com um outro homem depois de ter separado de meu avô,Cujo nome era Deolinda de Jesus que se tornou Rainha do Rádio aqui em Petrópolis, na antiga PRD3 Rádio Difusora que ficava em cima do restaurante D`angêlo na Praça D.Pedro II. Lembro-me que minha avó trazia da fabrica de tecidos Petropolitana uma aranhas feitas de arame encoberto linha de espula cor preta. Uma coisa que guardo na memoria até hoje é o cheiro de algodão cru, pois ela era tecelã como um dia também fui. a maior parte de minha juventude foi ao lado dela, ela fazia todas as minhas vontades. O que não foi muito bom pra mim. Antes de vir para o Brasil ela trabalhava em lavoura com seus pais, irmão e irmãs. segundo ela o lugar que eles trabalhavam se chamava Quinta do Falcão. Ela disse-me que a água que corria no campo era muito escura parecia ferruginosa, e por esse motivo eles bebiam vinho em lugar de água. Alias, ela adorava um vinho e quando toma vinho e que ficava meio tonta começava a cantar e fazer musicas pra mim. Tudo que ela plantava nascia Tenho muita saudade dela. A escritura de Malaquias 4: 5-6 se cumpriu em mim. Eu quando jovem vi muito minha mãe e ela brigarem por dinheiro e outras coisas que aqui não posso mencionar, minha mãe contava a versão dela, e por este motivo eu a destratava ou ate a ofendia com palavras. Eu não a odiava, mas também não tinha amor por ela,ate que conheci a Igreja me batizei e tempos depois comecei a fazer a minha história da família. Um dia eu estava sentado diante do computador no CHF da Estaca na rua Souza Franco , na quela época nós usávamos o programa PAF.e eu estava olhando esta foto e ponderando sobre avida dela, e também de tudo que eu presenciara em toda minha juventude, que me trouxe muitos traumas. E aí como um milagre eu comecei a entender tudo , o porque das brigas, a minha compreensão sobre todos os problemas me foram mostradas. pude compreender por exemplo que minha avó fala de dinheiro,era porque só ela trabalhava e tinha que alimentar dois netos travessos e comiam muito, como tecelã seu salário era o que ela produzia de tecido pronto, ou seja, centavos por metro tecido. Eu trabalhei como tecelão eu sei o que é cuidar de 6 ou 7 teares semi automáticos ou comum durante horas, quando os fios eram bons ou não caia algodão entre eles na hora que estava tecendo a produção era boa mas quan do rebentava ou a lançadeira fazia um rombo nos fios ai ficava ruim ,porque se perdia muito tempo emmendando e repassando cada fio novamente no pente, era muito demorado e a produção caía muito, com isso o salário corria o risco de ser menor ainda.. Pude compreender tudo, e aí então meu coração se voltou para ela, como eu chorei naquele dia, como me arrependi de todas as palavras que proferi a ela injustamente. não consigo mais falar sobre ela sem que as lagrimas venham aos meus olhos. Realmente ao fazermos a nossa história da família, o nosso coração volta para nossos pais. É real é fato.